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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Perforina-Proteína que destrói Tumores!

Perforina é uma proteína que em humanos é codificada pelo gene PRF1. Está presente em tipos de células T e em células NK
Estudo publicado na revista científica Nature revelou que a perforina possibilita a entrada de enzimas tóxicas em células cancerígenas ou que foram infectadas por algum vírus, o que causa sua morte. http://pt.wikipedia.org/wiki/Perforina

                          O vídeo esquematiza a ação da proteína.. MUITO BOM, vejam!

Marcadores Tumorais:

Resumo
Os marcadores tumorais são macromoléculas presentes no tumor, no sangue ou em outros líquidos biológicos, cujo aparecimento e/ou alterações em suas concentrações estão relacionados com a gênese e o crescimento de células neoplásicas. Este trabalho apresenta uma revisão da literatura nacional e internacional sobre  o papel dos marcadores tumorais no manejo clínico de pacientes  com câncer, desde o auxílio no diagnóstico e estadiamento até a avaliação da resposta terapêutica, detecção de recidivas e prognóstico, além de auxiliar na decisão da terapia a ser utilizada, bem como terapias adjuvantes. De todo o levantamento bibliográfico realizado, pode-se dizer que pacientes que  inicialmente apresentam um marcador tumoral em nível elevado, e que se normaliza com a intervenção terapêutica invariavelmente têm uma resposta favorável; já aqueles que apresentam um marcador tumoral persistentemente elevado ou em ascensão apresentam  alta probabilidade de doença recorrente ou progressiva e devem ser vistos como suspeitos de doença metastática.
Palavras-chave: Marcadores tumorais, Especificidade, Sensibilidade, Diagnóstico.


                                                  Fonte:http://luizmeira.com/marcaneo.htm

Introdução
Os marcadores tumorais (ou marcadores biológicos) são macromoléculas presentes no tumor, no sangue ou em outros líquidos biológicos, cujo aparecimento e ou alterações em suas concentrações estão relacionados com a gênese e o crescimento de células neoplásicas
Tais substâncias funcionam como indicadores da presença de câncer, e podem ser produzidas diretamente pelo tumor ou pelo organismo, em resposta à presença do tumor 
Os marcadores tumorais, em sua maioria, são proteínas ou pedaços de proteínas , incluindo antígenos de superfície celular, proteínas citoplasmáticas, enzimas e hormônios
Esses marcadores podem ser úteis no manejo clínico dos pacientes com câncer, auxiliando nos processos  de diagnóstico, estadiamento, avaliação de resposta terapêutica, detecção de recidivas e prognóstico,  além de auxiliar no desenvolvimento de novas modalidades de tratamento 
Podem ser caracterizados ou quantificados por meios bioquímicos ou imunoistoquímicos nos tecidos ou no sangue, e por testes genéticos para pesquisas de oncógenes, genes supressores de tumores e alterações genéticas
Cada marcador tumoral tem um valor de referência determinado; taxas acima do valor de referência, apresentadas por pacientes, devem ser investigadas.


Entre os principais marcadores tumorais estão: 


AFP (alfafetoproteína); MCA (antígeno mucóide associadoao carcinoma); Cromogranina A; BTA (antígeno tumoral da bexiga); Telomerase; NMP22 (proteína da matriz nuclear); Cyfra 21.1; PAP (Fosfatase Ácida Prostática); CA 72.4; ß-HCG (gonadotrofina coriônica humana);Calcitonina; Catepsina D; CEA (antígeno carcinoembrionário); C-erbB-2 (oncogene); LDH  CA 125; CA 15.3; CA 19.9; CA 27.29; CA 50;  (desidrogenase lática); K-ras; NSE (Enolase NeurônioEspecífica); PSA (antígeno prostático específico); p53 e β2-Microglobulina.


O marcador ideal reúne as características de diagnóstico precoce de neoplasias e de sua origem, estabelecimento da extensão da doença, monitorização da resposta terapêutica

e detecção precoce de recidiva  8-10 , além de ser órgão-sítio específico e ter meia-vida curta, permitindo acompanhar temporariamente as mudanças do tumor 

Este marcador ainda não existe no Brasil , e a maioria dos marcadores disponíveis peca pela falta de especificidade e sensibilidade , exceção feita ao PSA que é utilizado para

rastreamento de neoplasia prostática .

Esta revisão de literatura tem por objetivo realizar um levantamento bibliográfico, da literatura nacional e internacional, sobre marcadores tumorais.


AFP (alfafetoproteína)
A alfafetoproteína é uma importante proteína do soro fetal, que é sintetizada no fígado, saco vitelino e intestino do feto , com funções de transporte plasmático e de manutenção da  pressão oncótica, desaparecendo no primeiro ano de vida 
Na vida adulta, seus níveis séricos encontram-se entre 5ng/mL e 15ng/mL, possui vida média de 5-7 dias 
 Níveis acima de 500ng/mL são altamente sugestivos de malignidade, e valores acima
1000ng/mL são indicativos de presença de neoplasia .
Esta proteína pode estar elevada em pacientes portadores de tumores gastrintestinais, hepatite, cirrose, hepatocarcinoma e gestantes, o que a torna contraindicada para rastreamento de tumores de testículo .
Pode ser encontrada em 70% dos tumores testiculares não seminomatosos. É sintetizada pelo carcinoma embrionário puro, teratocarcinoma, tumor de saco vitelino e por tumores mistos. O coriocarcinoma e o seminoma puro não a produzem.
A alfafetoproteína tem como principal papel a monitorização da terapia para o carcinoma de testículo, sendo que sua presença sugere persistência da doença e sua concentração sérica propicia uma estimativa do tempo de crescimento tumoral .
Este marcador tem sido também utilizado no diagnóstico de pacientes com carcinoma hepatocelular, em conjunto com a ultra-sonografia abdominal.

MCA (antígeno mucóide associado ao carcinoma) 
O MCA é uma glicoproteína com peso molecular de 350Kd, utilizado para monitorizar o carcinoma mamário. Seu valor de referência é 11U/mL. Não há indicação para seu uso no diagnóstico de doença locorregional. 
Possui especificidade de 87% e sensibilidade inferior ao CA 15.3, sendo 60% nos casos de doença metastática.
Existem outras situações nas quais este marcador pode se encontrar elevado, como por exemplo, em doenças benignas de mama (15%), tumores de ovário, de colo uterino, endométrio e próstata.



Cromogranina A
A cromogranina A, também denominada secretogranina I, constitui-se num grupo de proteínas
presentes em vários tecidos neuroendócrinos.
É um marcador tumoral com utilidade em neoplasias endócrinas, tipo feocromocitoma, síndrome carcinóide, carcinoma medular da tireóide, adenoma hipofisário, carcinoma de células ilhotas do pâncreas e na neoplasia endócrina múltipla.
O intervalo de referência, no soro, é de 10ng/mL a 50ng/mL. Este marcador possui utilidade também no carcinoma pulmonar de células pequenas.


BTA (antígeno tumoral da bexiga)
O antígeno tumoral da bexiga (BTA) é uma proteína expressa por várias células tumorais, mas por poucas células normais.
Durante o desenvolvimento de tumores uroteliais da bexiga, essas moléculas são liberadas na urina.
Sua sensibilidade varia de 32% a 100% e a especificidade de 40% a 96%. Os resultados falsopositivos relacionam-se à litíase urinária, processos irritativos da bexiga e sonda vesical de demora.
Devido ao seu baixo valor preditivo positivo, sua utilização para o rastreamento populacional é discutível. No entanto, foi aprovado para uso clínico pela  Food and Drug Administration (FDA) norte-americana.


Telomerase
A telomerase é uma ribonucleoproteína que se encontra hiperexpressa em um grande número de neoplasias malignas.
Sua atividade se encontra aumentada nos casos de câncer de bexiga, podendo ser quantificada em amostras de urina ou de tecido.
Esta proteína é pouco expressada pelas células eucarióticas normais.
A presença da telomerase independe do estágio e do grau do tumor vesical.
Sua sensibilidade e especificidade para diagnóstico de tumores uroteliais da bexiga está, respectivamente, entre 70% e 93% e 60% e 99%9.

NMP 22 (proteína da matriz nuclear)
A NMP 22 é uma proteína envolvida no mecanismo de regulação do ciclo celular.
Pacientes com recidiva tumoral e com doença invasiva terão níveis elevados deste marcador. Sua sensibilidade encontra-se entre 60% e 86%.
Foi recentemente aprovada para uso clínico pela FDA norte-americana.


Cyfra 21.1
O Cyfra 21.1 é um antígeno formado por um fragmento da citoqueratina 19 encontrado no soro.
Na população, o nível de Cyfra 21.1 geralmente é inferior a 3,3ng/mL, por isso seu valor de referência é 3,5ng/mL .
Este marcador tem alta sensibilidade para carcinoma de células escamosas (entre 38% e 79%, de acordo com o estádio), e é um fator de prognóstico ruim no carcinoma de células escamosas do pulmão.
Encontrase elevado também em carcinoma pulmonar de pequenas células, câncer de bexiga, de cérvice e de cabeça e pescoço. 
Aumenta inespecificamente em algumas patologias benignas pulmonares, gastrintestinais,
ginecológicas, urológicas e de mama, podendo gerar falso-positivos.



PAP (Fosfatase Ácida Prostática)
A fosfatase ácida prostática foi o primeiro marcador tumoral a ser utilizado no câncer de próstata.
Este marcador possui limitações, pois costuma apresentar-se elevado apenas nos estágios mais avançados do câncer de próstata, não sendo de muita utilidade nos estágios iniciais.
Pode estar também elevado em outras situações, como na doença de Paget, osteoporose, hiperparatireoidismo e hiperplasia prostática.
Outra limitação é o aparecimento deste marcador em outras neoplasias.
Após o surgimento do PSA (antígeno prostático específico) como marcador para o câncer de próstata, o uso da PAP caiu em desuso.


CA 72.4
O CA 72.4 é também denominado TAG-72.
Este marcador tumoral tem elevada especificidade para cancro, mas sem sensibilidade de órgão.
No momento do diagnóstico, cada órgão possui uma respectiva porcentagem de  ensibilidade, sendo: 55% para câncer de cólon, 50% para câncer de estômago, 45% para
pâncreas e trato biliar e 63% para carcinoma mucinoso de ovário. O valor de referência para o CA 72.4 é 6U/mL.
Em doenças benignas, surge em menos de 10% e em menos de 30% de outras neoplasias metastáticas que não digestivas ou ovarianas.
Este marcador tumoral é utilizado no controle de remissão e recidiva de carcinomas de trato gastrintestinal (gástrico, cólon, pâncreas e trato biliar).
Cinqüenta por cento dos pacientes com câncer gástrico apresentam níveis elevados de CA 72.4.
Este marcador é mais sensível do que o CEA e o CA 19.9 para tal patologia.



CA 125
O antígeno do câncer 125 é formado por uma glicoproteína de alto peso molecular. Atualmente, sua principal aplicação é permitir o seguimento da resposta
bioquímica ao tratamento e predizer a recaída em casos de câncer epitelial de ovário
Seu valor de referência é 35U/mL, podendo ser considerado 65U/mL quando o objetivo é uma maior especificidade .
A sensibilidade para diagnóstico de câncer de ovário é de 80% a 85% no tipo epitelial, variando de acordo com o estadiamento, sendo 50% no estádio I, 90% no estádio II, 92% e 94% nos estádios III e IV respectivamente.
A elevação do CA 125 pode ocorrer de dois a 12 meses antes de qualquer evidência clínica de recorrência. O CA 125 também parece ser útil em tumores ovarianos "borderline", podendo ser utilizado no acompanhamento e na detecção precoce de recaída em uma pequena parcela de pacientes com esses tumores.
Este marcador tem sido utilizado como parte integrante do rastreamento do câncer de ovário.
Habitualmente, 75% dos cânceres de ovário apresentamse como doença extra-ovariana, devido à freqüente ausência de sintomas nas fases iniciais. 
Todavia, a prática do rastreamento para câncer de ovário encontra uma série de limitações. O CA 125 se eleva em várias situações clínicas (cirrose, cistos de ovário, endometriose,
hepatite e pancreatite), tem sensibilidade de apenas 50% no estádio clínico I e é de alto custo, se utilizado em toda população.
Além disso, o câncer de ovário é relativamente pouco prevalente.
Por conseguinte, a realização de rastreamento para o câncer de ovário  é considerada experimental.
O CA 125 tem sido estudado em outros tipos de tumores, além do câncer de ovário. 
No carcinoma gástrico, o CA 125, juntamente com antígeno.
carcinoembrionário (CEA), pode predizer mau prognóstico e maior potencial de  gressividade tumoral.
Na doença trofoblástica gestacional, a elevação persistente após quimioterapia pode indicar tumoração residual.
O CA 125 pode ter relação com o prognóstico de neoplasia endometrial e sua elevação sérica pode predizer recorrência.
Assim, o CA 125 é um marcador com importante aplicabilidade clínica no manejo dos tumores de ovário no dia-a-dia e é de uso promissor na abordagem de linfomas e de outros tumores.


CA 15.3
O antígeno do câncer 15.3 é uma glicoproteína de 300-400Kd produzida pelas células epiteliais glandulares 
Seu valor normal de referência é 25U/mL. Apenas 1,3% da população sadia tem CA 15.3 elevado
O CA 15.3 é o marcador tumoral, por excelência, do câncer de mama, pois é o mais sensível e específico, sendo superior ao CEA
Estudos indicam que a elevação do CA 15.3 varia de acordo com o estadiamento da paciente, sendo de 5% a 30% no estádio I, 15% a 50% no estádio II, 60% a 70% no estádio III, e de 65% a 90% no estádio IV
A sensibilidade varia de acordo com a massa tumoral e o estadiamento clínico, sendo de 88% a 96% na doença disseminada 
Na fase inicial, apenas 23% dos casos apresentam aumento deste marcador
Aumento superior a 25% na concentração do CA 15.3 correlaciona-se com a progressão da doença em 80% a 90% dos casos, e a diminuição em sua concentração está associada à regressão em 70% a 80%3
Além disso, níveis séricos muito elevados estão associados à pior sobrevida.
A grande utilização do CA 15.3 é para diagnóstico precoce de recidiva, precedendo os sinais clínicos  em até 13 meses
Recomenda-se a realização de dosagens seriadas de CA 15.3 no pré-tratamento, 2-4 semanas após tratamento cirúrgico e/ou início da quimioterapia e repetição a cada 3-6 meses
Níveis elevados de CA 15.3 foram observados em várias outras neoplasias, tais como: câncer de ovário, pulmão, colo uterino, hepatocarcinoma e linfomas.
Níveis elevados de CA 15.3 são também observados em várias outras doenças, tais como: hepatite crônica, tuberculose, sarcoidose e lúpus eritematoso sistêmico.
Assim, devido à baixa especificidade e sensibilidade, o CA 15.3 não é recomendado para diagnóstico.
A ASCO considera que, atualmente, não há dados suficientes para recomendar o CA 15.3 para rastreamento, diagnóstico, estadiamento ou acompanhamento após tratamento primário do câncer de mama


CA 19.9
O CA 19.9 é um antígeno carboidrato de superfície celular, com peso molecular variando de 200Kd a 1000Kd, sendo também conhecido como antígeno de Lewis.
É liberado na superfície da célula cancerosa e penetra na corrente sangüínea, onde pode ser detectado.
Seu valor normal de referência é 37U/mL .
Este marcador tumoral é indicado no auxílio ao estadiamento e à monitoração de tratamento em primeira escolha de câncer de pâncreas e trato biliar e, em segunda escolha, no câncer colorretal.
O CA 19.9 possui sensibilidade variável com a localização do tumor: pâncreas 70% a 94%, vesícula biliar 60% a 79%, hepatocelular 30% a 50%, gástrico 40% a 60% e colorretal 30% a 40%.
Em menor freqüência, positiva-se também no câncer de mama, de pulmão e de cabeça e pescoço. Algumas doenças como cirrose hepática, pancreatite, doença inflamatória
intestinal e doenças auto-imunes podem elevar o CA 19.9, sem ultrapassar 120U/mL
No câncer de pâncreas, o CA 19.9 tem especificidade de 81% a 94%, sendo utilizado no
diagnóstico diferencial de câncer de pâncreas e de pancreatite. Há um aumento de CA 19.9 em cerca de 99% dos casos de câncer de pâncreas, enquanto nas pancreatites crônicas é 4% a 10% e nas pancreatites agudas, 23%
Atualmente, parece ser um dos marcadores mais sensíveis e específicos usados para o
diagnóstico diferencial do câncer de pâncreas e de vesícula, apresentando 79,4% de sensibilidade e 79,2% de especificidade quando maior do que 20U/mL .
No momento, a maior aplicabilidade de uso do CA 19.9 é a de avaliar resposta à  quimioterapia do câncer de pâncreas, já que a utilização de métodos de imagem é bastante limitada para este fim 
No tocante ao câncer colorretal, dados atuais são insuficientes para recomendar o uso rotineiro do CA 19.9 para rastreamento, diagnóstico e para monitorização do tratamento de pacientes portadores desta neoplasia. 


CA 27.29
O antígeno do câncer 27.29, à semelhança do CA 15.3, também não tem sensibilidade e especificidade suficientes para ser utilizado como um teste diagnóstico.
Marcadores Tumorais recorrência de câncer de mama.
Quando utilizado com este fim, possui sensibilidade de 58% e especificidade de 98%, e seu valor de referência é até 38U/mL
Então, a indicação do CA 27.29 fica limitada ao seguimento de pacientes com diagnóstico dessa neoplasia.
Sua maior vantagem é possibilitar a detecção precoce de recorrências, permitido tempo suficiente para decisões terapêuticas apropriadas, sendo considerado melhor do que o CA 15.3 para esta finalidade.
Este marcador apresenta também boa correspondência com o curso da doença havendo, em geral, um paralelo entre sua concentração sérica e a atividade da doença.


CA 50
O antígeno do câncer 50 é uma glicoproteína.
Este marcador é expresso pela maioria dos carcinomas epiteliais (câncer gastrintestinal e de pâncreas). 
Possui sensibilidade semelhante ao CA 19.9, não sendo indicado o uso simultâneo deles. Também pode ser expresso por doenças benignas hepáticas e das vias biliares e pancreatite.
Oitenta a 97% dos pacientes com câncer pancreático apresentam níveis elevados de CA 50, e nos estádios mais avançados do câncer colorretal também ficam bem elevados.


Calcitonina
A calcitonina é um hormônio peptídico secretado pelas células C parafoliculares na tireóide. Sua secreção é estimulada pelo cálcio.
É um hormônio da tireóide cuja função fisiológica é antagonizar o hormônio paratireoidiano. Sua principal função é a inibição  da reabsorção óssea pela regulação do número e atividade
de osteoblastos. Seu valor de referência é 19pg/mL para homens, e 14pg/mL para mulheres
Sua maior utilidade como marcador tumoral é para o seguimento dos pacientes com carcinoma medular da tireóide.
É utilizado no diagnóstico precoce em doentes de risco, possuindo sensibilidade de 90% para detecção deste tumor em indivíduos com história familiar e/ou síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo II, com relevância na sobrevida pós-tiroidectomia precoce.  É
interessante mencionar que alguns pacientes têm valores normais de calcitonina basal, mas em testes de provocação com cálcio e/ou pentagastrina se tornam positivos 
Este hormônio pode se tornar elevado em pacientes com uma taxa elevada de reposição óssea associada a metástases esqueléticas.
A concentração de calcitonina no organismo também pode estar elevada por outras doenças, como: anemia perniciosa, insuficiência renal crônica, cirrose alcoólica, hiperparatireoidismo, doença de Paget do osso e síndrome de Zollinger-Ellison, podendo estas serem causas de falso-positivos de carcinoma medular da tireóide .


Catepsina D
A catepsina D é uma endoprotease lisossomal ácida, encontrada em praticamente todas as células dos mamíferos, sendo um marcador tumoral muito estudado em câncer de mama
Acredita-se que o papel da catepsina D na carcinogênese é estar associado à estimulação da síntese de DNA e mitose durante a regeneração tecidual e, devido ao seu poder proteolítico, facilitar a disseminação tumoral, por digestão de proteoglicanos da matriz
intersticial e membrana basal .
Estas evidências levaram à elaboração da hipótese de que a secreção de catepsina D pelas células tumorais facilitaria a iniciação e progressão do processo metastático.


CEA (antígeno carcinoembrionário)
O antígeno carcinoembrionário (CEA) é o protótipo do marcador tumoral que tem sido extensivamente estudado desde sua identificação, em 1965.
Originalmente foi descrito como presente em adenocarcinoma de cólon e reto 46
 e em cólon fetal, mas ausente em tecido colônico adulto normal. Atualmente, sabe-se que o CEA é produzido pelas células da mucosa gastrintestinal, tem peso molecular de aproximadamente 200Kd e faz parte da família das imunoglobulinas 
Seu valor de referência é 3,5ng/mL em não-fumantes e 7ng/mL em fumantes 12,47
Na presença de neoplasia maligna, níveis elevados de CEA são detectados em 9% dos teratomas de testículo, e em aproximadamente 85% dos casos de carcinoma colorretal metastático
Por conseguinte, os ensaios do CEA carecem de especificidade e de sensibilidade necessárias para a detecção de cânceres no estágio inicial 
Os níveis pré-operatórios do CEA possuem algum significado para o prognóstico, visto que o nível de elevação está relacionado com a carga corporal do tumor.
Em pacientes com câncer de cólon CEA-positivos, a presença de níveis elevados de CEA, dentro de seis semanas, após terapia, indica a existência de doenças residuais.
A ocorrência de recidiva é indicada por  um nível crescente de CEA, sendo a doença clinicamente detectável quase sempre precedida de um aumento do marcador tumoral.
Os níveis séricos do CEA também são úteis para monitorizar o tratamento de câncer de mama metastático.
A ASCO recomenda a dosagem do CEA a cada dois a três meses durante a quimioterapia no câncer colorretal


C-erbB-2
O C-erbB-2 é um oncogene com peso molecular de 185Kd. Foram encontrados, na literatura, vários nomes para este marcador e diferentes grafias: c-erbB-2; cerbB-2; C-erbB-2; HER-2; HER-2/neu; ERBB2; erbB2; neu/c-erbB-2; oncogene neu; proteína neu; neu. Neste trabalho será adotado "C-erbB-2".
O oncogene C-erbB-2 pertence a uma família de receptores de membrana cujo domínio extracelular pode ser identificado, dosado em cultura ou liberado na circulação. Este é amplificado e  iperexpresso em 20% a 40% dos carcinomas primários de mama , por isso seu papel nesta neoplasia tem sido extensivamente investigado; entretanto os resultados permanecem controversos.
A relação entre o C-erbB-2 e o prognóstico do câncer de mama tem sido extensivamente examinada, com considerável atenção à recidiva tumoral e à sobrevida de pacientes.
Vários autores a pontam que a expressão aumentada de C-erbB-2 é um indicador de prognóstico ruim
De acordo com alguns investigadores, as pacientes cujos tumores exibem expressão aumentada de C-erbB-2 apresentam uma sobrevida livre de doença menor e também sobrevida geral menor
Entretanto outros autores, na análise multivariada, falharam em encontrar uma associação  significativa entre a sobrevida geral, a sobrevida livre de doença e o C-erbB-2
A associação da expressão aumentada de C-erbB-2 com a sobrevida geral e a sobrevida livre da doença, segundo DePotter e Schelfhout , seria devido ao aumento da atividade metastática das células tumorais que o expressam.
O gene C-erbB-2 também encontra-se superexpressado em outras neoplasias humanas,
incluindo cerca de um terço dos carcinomas de pulmão tipo não-pequenas células
No adenocarcinoma de pulmão, o produto protéico do C-erbB-2 é observado em 28% a 38% dos casos, e associado a pior prognóstico
Sua expressão no sangue periférico se correlaciona com a carga tumoral, encontrando-se níveis mais altos nos tumores estádios III e IV
Pode, porém, ser detectado antes mesmo do diagnóstico clínico, estando elevado precocemente no processo de carcinogênese
O C-erbB-2 apresenta também importância no tratamento de pacientes com câncer de mama: pacientes cujos tumores exibem expressão aumentada desse marcador podem ter maior benefício com altas doses de quimioterapia


LDH (desidrogenase lática)
A desidrogenase lática (LDH) é uma enzima que se expressa nos tecidos cardíaco e muscular esquelético.
Esta enzima não tem muito valor diagnóstico, mas relaciona-se com o volume da neoplasia, podendo apresentar implicações prognósticas muito importantes,em especial nos pacientes com diagnóstico de linfoma não-Hodgkin recente e na neoplasia de próstata.
Nestes pacientes, altos níveis de LDH anteriores ao tratamento comprovam consistentemente ser um fator de risco adverso, e refletem presumivelmente a taxa de crescimento e o volume do tumor. Pacientes com alto nível de LDH com idade avançada ou com mau desempenho apresentam menos de 50% de probabilidade de remissão durável com o tratamento padrão.
Esses pacientes são considerados candidatos a estudos clínicos de quimioterapia mais agressiva 
Deve-se ter cautela com o uso deste marcador, pois pode estar elevado também em patologias músculoesqueléticas, infarto do miocárdio, leucemias e embolia pulmonar


K-ras
Genes mutados da família ras são os oncogenes mais comumente encontrados nas neoplasias malignas humanas
Rodenhuis e Slebos demonstraram que os tumores de pulmão contendo mutação em K-ras eram mais agressivos, os pacientes apresentavam tempo livre de doença significativo menor e menor sobrevida .
No trabalho de Slebos et al., foi verificado que mutações pontuais em K-ras são importante fator de prognóstico para determinar o tempo livre de doença e sobrevida, após variáveis como estadiamento da doença, tamanho do tumor e grau de diferenciação terem sido
levadas em consideração.


NSE (Enolase Neurônio-Específica)
Descrita inicialmente, em 1965, por Moore e McGregor como enzima catalisadora da via glicolítica anaeróbia, a NSE se encontra distribuída em todos os tecidos dos mamíferos. Em 1978, Schmechel et al.antevendo o futuro, especularam sobre a utilidade da enolase neurônio-específica para o diagnóstico e o tratamento dos tumores neuroendócrinos.
A determinação sérica da NSE parece ser um instrumento valioso para o diagnóstico de carcinoma
de pulmão de pequenas células, combinando aceitável sensibilidade com alto grau de especificidade . 
Observa se sua presença consistentemente mais elevada na doença extensa do que na localizada.Além disso, a NSE possui sensibilidade fortemente correlacionada com  o estágio da doença. Outro aspecto concernente à NSE seria sua aplicação como forma de monitor terapêutico nos pacientes em curso quimioterápico, em que seus valores séricos tendem a subir ou baixar de acordo com a resposta à terapia empregada e até antever recidiva da doença.


PSA (antígeno prostático específico)
O marcador tumoral de maior utilidade clínica desenvolvido até o momento é o PSA.
Este é secretado no lúmen dos ductos prostáticos, estando presente em grandes concentrações no líquido seminal (aproximadamente 2mg/mL). 
Aparentemente, teria a função de liquefazer o coágulo seminal.
Muitos estudos demonstraram que o PSA é útil para o diagnóstico do câncer de próstata. Em geral, o valor preditivo positivo do PSA é de 20% em pacientes com valores ligeiramente elevados (entre 4,0ng/mL e 10,0ng/mL), e de 60% em pacientes com valores de PSA superiores a 10ng/mL.
A utilização do PSA é otimizada quando combinada ao exame de toque retal. Em estudos que investigaram o uso combinado do PSA e do exame de toque retal, observou-se que 18% dos tumores não teriam sido diagnosticados se o exame de toque retal não tivesse sido realizado, e que 45% dos tumores teriam passado despercebidos se o PSA não tivesse sido feito. Estudos mostraram que o ultra-som transretal pouco acrescenta ao PSA e ao exame de toque retal, quando estes dois são usados conjuntamente para o diagnóstico, devendo ser solicitado somente em caso de alteração de um dos dois exames .
A medida do PSA é fundamental para o estadiamento do paciente com carcinoma de próstata. Vários estudos mostraram que cerca de 80% dos pacientes com concentração de PSA menor do que 4ng/mL possuem tumor restrito à próstata.
Por outro lado, metade dos pacientes com PSA maior do que 10ng/mL apresentam extensão extra-capsular, e a maioria dos pacientes  com PSA superior a 50ng/mL apresenta metástases para
linfonodos pélvicos. Entretanto, exceto para valores extremos, o PSA não é suficientemente preciso para, de maneira isolada, estadiar o paciente .Espera-se que um paciente submetido à prostatectomia radical apresente PSA próximo a zero (até 0,2ng/mL) após o procedimento, já que toda a próstata teria sido removida. Vários estudos demonstraram que elevações dos níveis de PSA após a prostatectomia ocorrem meses a anos antes dos sinais clínicos de recorrência, indicando
persistência da doença .
Ao contrário do que ocorre após a prostatectomia radical, pós-radioterapia, níveis detectáveis de PSA podem se originar de tecido prostático normal residual. Espera-se que a queda do PSA seja lenta e gradual, ocorrendo o nadir de meses até três anos após a radioterapia.
Como a radioterapia provoca redução do volume prostático após a irradiação, o valor considerado
como normal após a radioterapia é bem menor do que o padrão (4ng/mL), e muitos autores o definem como em torno de 1ng/mL.
Sabe-se que, com o aumento da idade, ocorrem modificações no epitélio prostático que acarretam um aumento da absorção do PSA para a corrente sangüínea.
Portanto, os valores de PSA variam bastante nas diferentes faixas etárias
Então, embora o ponto de corte consensual para a identificação de biópsia seja 4,0ng/mL, estudos recentes sugerem que, em pacientes jovens, com próstata pequena e sem prostatite, a biópsia prostática seja considerada com valores de PSA acima de 2,5ng/mL .


p53
O gene supressor de tumor p53, localizado no cromossomo 17, codifica uma fosfoproteína denominada proteína p53, que desempenha um importante papel no controle do ciclo celular e previne o aparecimento  de câncer 
A proteína p53 tem o papel de bloquear a divisão celular em células que sofreram injúrias no seu DNA, dando tempo para a sua reparação.  
A perda da função desse gene pode estar relacionada tanto à iniciação quanto à progressão tumoral
Para demonstrar sua importância, cita-se o fato de que mutações na proteína p53 são encontradas em cerca de 50% de todos os cânceres humanos, ou mais de 50 tipos de tumores


β2-Microglobulina
A β2-Microglobulina é uma glicoproteína de baixo peso molecular - 12Kd -, presente em todas as células nucleadas. Seu valor de referência no soro é 2,0µg/mL para pessoas até 60 anos e 2,6µg/mL após os 60 anos, sendo que pacientes com  β2-Microglobulina maior do que 6,0µg/mL têm alto risco e pequena sobrevida .
É indicado o uso deste marcador tumoral em linfomas não-Hodgkin, sendo índice de prognóstico independente; no mieloma múltiplo relaciona-se diretamente com a massa tumoral total e, isoladamente, é o mais importante fator de prognóstico



Trabalho completo para maiores informações está contido na fonte citada!


Fonte: http://www.inca.gov.br/rbc/n_53/v03/pdf/revisao1.pdf




Anemia Falciforme


O que é anemia falciforme
A anemia falciforme é uma doença séria na qual o organismo fabrica células vermelhas sanguíneas em forma de “C”. Células vermelhas normais têm forma de disco e se movem facilmente pelos vasos sanguíneos. As células vermelhas sanguíneas contêm a proteína hemoglobina, a qual é rica em ferro, dá ao sangue a cor vermelha e carrega oxigênio dos pulmões para o resto do corpo.
Pessoas com anemia falciforme têm hemoglobinas anormais que fazem as células ter forma de foice. Por terem essa forma anormal, essas células não se movem facilmente através dos vasos sanguíneos. Os blocos de células em forma de foice bloqueiam o fluxo sanguíneo que flui para os órgãos e membros. Vasos sanguíneos bloqueados podem causar dor, infecções sérias e danos a órgãos.




Visão geral da anemia falciforme
              Anemia é uma condição médica na qual o sangue tem quantidade menor que a normal de células vermelhas. Anemia também ocorre quando as células vermelhas sanguíneas não têm hemoglobina suficiente.
Na anemia falciforme a quantidade menor de células vermelhas sanguíneas ocorre porque as células em forma de foice não duram muito tempo. Elas morrem geralmente depois de somente 10 a 20 dias e a medula óssea não consegue fabricar novas células vermelhas em velocidade suficiente para reposição.

Causas da anemia falciforme
Anemia falciforme é uma doença herdada que dura a vida toda. Pessoas com anemia falciforme herdam duas cópias do gene da doença uma do pai e outra da mãe. O gene da anemia falciforme faz o corpo fabricar hemoglobina anormal. A hemoglobina é uma proteína rica em ferro que dá ao sangue sua cor vermelha e carrega oxigênio dos pulmões para o resto do organismo.
Na anemia falciforme as hemoglobinas se aglutinam ao transportar oxigênio para os tecidos do corpo. Esses blocos de hemoglobinas fazem as células vermelhas ficarem com forma de foice. Então, as células vermelhas com formato de foice tendem a se juntarem nos vasos sanguíneos.

Cura da anemia falciforme
A anemia falciforme não tem cura amplamente disponível. Entretanto, existem tratamentos para os sintomas e complicações da doença. Transplantes de medula óssea podem oferecer cura para um pequeno número de casos.
Nos últimos 30 anos os médicos aprenderam muito sobre anemia falciforme. Eles conhecem suas causas, como afeta o corpo, e como tratar muitas das suas complicações. Devido às melhoras no tratamento, pessoas com anemia falciforme agora estão tendo vida muito mais longa.


                       Fonte: 
http://www.copacabanarunners.net/anemia-falciforme-causas.html

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Atlas Hematológico

Bastonete
Célula apresentando moderada granulação neutrofílica citoplasmática. Núcleo em forma de bastão, característico desta etapa evolutiva.

Basófilo
Granulação abundante de coloração basófila tomando parte do citoplasma podendo ser visualizada também sobre o núcleo.

Eosinófilo
Citoplasma com granulação eosinofílica característica. Núcleo bilobulado, típico dos eosinófilos.

Eritroblasto
Citoplasma com granulação eosinofílica característica. Núcleo bilobulado, típico dos eosinófilos.

Linfócito
Citoplasma com granulação eosinofílica característica. Núcleo bilobulado, típico dos eosinófilos.

Célula 1(Mielócito)

Célula grande, com núcleo redondo, excêntrico, apresentando cromatina nuclear com certo grau de condensação. Citoplasma abundante apresentando granulações grosseiras e mais finas. Área clara perinuclear correspondente ao sistema de Golgi.
Célula 2 (Metamielócito)
Célula apresentando granulação citoplasmática neutrofílica intensa. Núcleo em forma de rim.

Monócito
Núcleo irregular apresentando cromatina delicada. Citoplasma abundante com alguns 
vacúolos.

Célula 2(Promielócito)
Nota-se a presença de dois tipos de grânulos citoplasmáticos. Núcleo com cromatina delicada exibindo esboço de nucléolo.

Segmentado
Núcleo bilobulado com cromatina condensada. Citoplasma moderado exibindo granulações grosseiras.


Hematopoese








Auto Hemoterapia


A técnica consiste na prévia extração de sangue venoso do paciente com o alegado propósito terapêutico, seguida de sua injeção intramuscular na mesma pessoa, o que — segundo advertem oficialmente as autoridades sanitárias e a comunidade científico-médica — pode ocasionar abscessos na pele, doresedemashematomasinfecções, além de evoluir para quadros clínicos mais severos, como a coagulação intravascular disseminada, sangramento generalizado, entre outros efeitos, podendo, inclusive, eventualmente 90% dos casos de muito doente levam o paciente a óbito.Os que defendem a auto-hemoterapia dizem que a técnica estimula o aumento do percentual de macrófagos, aumentando também as defesas do organismo e eliminando as bactérias, os vírus, as células cancerosas (neoplásicas) e a fibrina, que é o sangue coagulado. Esse aumento de produção de macrófagos pela medula óssea se dá porque o sangue no músculo funciona como um corpo estranho a ser rejeitado pelo Sistema Retículo Endotelial (SRE). Enquanto há sangue no músculo, o Sistema Retículo Endotelial mantém-se ativado. Essa ativação máxima termina ao fim de cinco dias. A taxa normal de macrófagos é de 5% (cinco por cento) no sangue e, com a auto-hemoterapia, eleva-se para 22% (vinte e dois por cento) durante 5 (cinco) dias. Do 5º (quinto) ao 7º (sétimo) dia, declina, voltando aos 5% (cinco por cento). Daí a razão de recomendarem que a aplicação seja repetida de 7 (sete) em 7 (sete) dias. Segundo o médico Luiz Moura, o uso da auto-hemoterapia resulta num estímulo imunológico poderosíssimo.



  • O Jornal do Conselho Federal de Medicina nº 168 traz "Nota de esclarecimento" afirmando que "Em face de falha na redação do artigo 'Auto-hemoterapia não tem eficácia comprovada' no Jornal Medicina (XXII, 167, DEZ/2007, p.11), esclarecemos que o procedimento terapêutico denominado 'tampão sanguíneo peridural' é cientificamente amparado por relevante literatura médica e remetemos o leitor ao texto que trata dessa matéria no Parecer CFM 12/07.Trata-se da permissão do uso desse tipo de auto-hemoterapia pelos anestesiologistas. Da mesma forma que é usada e permitida atualmente a auto-hemoterapia na forma de "plasma rico em plaquetas - PRP"
Explicação simplificada: Dr. Luiz Moura

Coagulação Sanguinea


Pode ocorrer através de duas vias básicas: Intrínseca (em que os elementos necessários à coagulação já estão presentes no sangue) e a Extrínseca (em que há necessidade de um elemento externo ao sangue para que se processe). As vias intrínseca e extrínseca confluem para uma via final comum.
A Cascata da Coagulação
Como se pode perceber, a via extrínseca é mais simples que a via intrínseca.

Na via extrínseca, a tromboplastina atua sobre o fator VII, ativando-o. O fator VII ativado age sobre o fator X, já na via final comum.

Na via intrínseca, a calicreína deflagra a ativação dos fatores XII, XI e IX, em cascata, ou seja, um ativa o seguinte numa seqüência ordenada. O fator IX, em presença de Cálcio e fator VIII (anti-hemofílico) ativam o fator X, iniciando a via final comum.

Na via comum, a protrombina é ativada pelo fator X ativado (tenha o processo se iniciado pela via extrínseca ou pela intrínseca), formando-se Trombina.

A trombina converte Fibrinogênio em Fibrina, mas também ativa o fator XIII, responsável pela polimerização da fibrina.
Formação do Retículo de Fibrina

A polimerização da fibrina é fruto da reação catalisada pelo fator VIII ativado, que se comporta como uma amidase.

A fibrina polimerizada é insolúvel, arruma-se formando um retículo que aprisiona células do sangue, formando um tampão ou coágulo, cujo objetivo original seria o fechamento de uma solução de continuidade na parede do vaso.

Quando o sistema é ativado dentro do vaso (ou no próprio coração), o coágulo obstrui o fluxo sangüíneo, sendo o processo chamado de Trombose. O coágulo é o trombo
Os Fatores da Coagulação

Alguns deste fatores são dependentes da vitamina K.
Mecanismo de atuação do sistema Anticoagulante Proteína S-Proteína C

A proteína S atua estimulando a ação do inibidor do ativador de plasminogênio, liberando deste modo o plasminogênio que irá atuar sobre a fibrina, desfazendo o coágulo sangüíneo. A proteína C é um cofator necessário para sua atuação.

O endotélio é capaz de transformar a trombina, a substância mais coagulante de nosso organismo, num anticoagulante: ao produzir a trombomodulina, o endotélio cria um complexo capaz de ativar o sistema proteína S-proteína C.
Sistemas Anticoagulante e Fibrinolítico


A antitrombina III é ativada pela heparina e representa a principal defesa anticoagulante. A trombomodulina, produzida pelo endotélio, ativa o sistema proteína C/proteína S, segunda linha de defesa antitrombo.Caso essa defesa seja vencida, entra em ação o sistema fibrinolítico, capaz de lisar o trombo e restabelecer a patência de vasos ocluídos por coágulos sangüíneos.


Animação esquematizando a coagulação sanguínea, uma forma divertida de compreender o processo!